terça-feira, 25 de setembro de 2018

O espírito dissociado


Quero acreditar em algo brando.
Em reverberar as dissonâncias da morte,
manter um singelo despertar de medos inconstantes, de meus lamentos, 
indagações, procrastinações...
Levai-me para um mar de profundezas abissais.

Pasmem...estou vivo!!!

Mas estou amortecido pelas motivações erradas.
Meu egoismo tão brutal quanto minhas paixões,
me cega, me corrompe, me aglutina...
Me deixa entorpecido sobre as relvas das ilusões.

Meu Senhor! Minha Senhora!
Dai-me um pouco desse elixir tão vil,
tão espesso em suas maldades,
quanto o lembrar de minhas saudades.
Meu senhor, porque da demora?
Porque torturais aquele que não pode suplicar?
Porque de tantos temores, de tantas dores?
Porque me aflige com duvidas constantes?
Minha senhora, olhai esse filho pródigo!
Rezai por aquele a quem tanto lhe venera.
Interceda por aquele que não pode mais suplicar.

Olhai por quem tanto lhe admira.
Subjugo minhas falhas, meus erros,
Desatino minha consciência em terreno pedregoso.
Me levei sobre as ondas de um passado remoto,
e nele me inclino com todo o meu sofrer.

Pasmem...ainda estou vivo!

E nisso me apoio sobre veredas tortuosas.
Tinha ao meu favor o tempo, a tenacidade de meu ímpeto,
mas, o mundo jogou contra os meu anseios.
E assim tropecei sobre pedras lascadas,
e tropiquei meu pés sobre brasas incandescentes.
E assim me mantive em repouso,
vertendo lágrimas agridoce de meu destempero.
Tive a minha chance, tive o meu tirlintar do entardecer.
O badalar dos sinos anunciam o iminente fim.
E assim eu dormirei sobre o pesar de minhas dores.
Ao abrir os olhos, vi que já era noite.
Estava frio, mas com um ar revigorante.
Eis que uma luz tênue cobre todas as minhas inspirações.

Pasmem...

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