sábado, 9 de julho de 2016

A Lenda do Coelho da Lua - "Tsuki no Usagi" (Fases da Lua nº 05)


O Coelho da Lua (月の兎 tsuki no usagi) é uma antiga lenda japonesa que ao longo dos séculos são contadas por várias gerações que conta a história de um ser místico que habita na superfície da lua como punição por atos infringidos aqui na terra. São várias as versões a respeito desse conto e uma das muitas versões da lenda diz que, há muitos e muitos anos, uma deusa habitava na Terra e sem medir consequências ela desobedeceu as leis e como punição por isto ela foi transformada em um coelho e enviada a Lua para que vivesse lá. E lá na Lua havia um palácio onde morava uma deusa, que adotou o coelhinho como mascote. O pequeno coelho lhe era muito útil, já que possuía poderes mágicos e os utilizava para alertar os moradores do Palácio sobre invasões ou outras coisas que possam lhes causar algum mal. Com um olhar tristonho, o pequeno coelhinho olha para Terra todas as noites na esperança de receber o perdão para poder retornar ao seu querido lar. 

A versão japonesa dessa história foi publicada no período Heian sob o título Konjaku Monogatarishuu, ou “Antologia de Contos do Passado”, que contém várias histórias da China, da Índia e do Japão. Nessa versão, o coelho aparece acompanhado tão somente do macaco e de uma raposa.

Para os japoneses, o Coelho da Lua está moendo o mochi-gome em um pilão, um tipo de arroz glutinoso, para fazer o famoso bolinho mochi, consumido nos festivais, nas celebrações de ano novo, e dado em oferenda aos kamis no altar xintoísta. Por sinal, o processo de fabricação tradicional do mochi, que consiste em moer o arroz no pilão, chama-se “mochi-tsuki”, que se escreve com outros kanji, mas cuja pronúncia também pode significar “mochi da lua” e se assemelha com “mochizuki”, que significa lua cheia (lua em japonês é “tsuki”, que quando usada em sufixo recebe os tenten – os “tracinhos” em cima do kana [as sílabas dos alfabetos hiragana e katakana] – e tem sua pronúncia modificada para “zuki”). Vale lembrar que os mochi são bolinhos brancos e redondos, como a lua cheia.

Muitas pessoas dizem que nas noites de Lua Cheia, as crianças vêem o rosto de um coelho sorrindo na Lua...Pode ser uma história boba, mas é uma história infantil que são contadas até hoje para as crianças japonesas.

Da próxima vez que a lua cheia aparecer no céu, reserve um tempo para observá-la e conte quantos coelhos da lua é possível enxergar em suas sombras.

Curiosidade: O anime e mangá Sailor Moon, criada por Naoko Takeuchi, teve como base de inspiração nessa antiga lenda, dando o nome da personagem Usagi Tsukino e na semelhança de seu penteado, parecidos com orelhas de coelho caídas.

Ao olharmos para a Lua, veremos a imagem de um triste coelhinho em sua superfície...

O Conto do Coelho da Lua*

Sob a noite sólida de uma floresta no Japão antigo, reuniam-se três grandes amigos:  
A inteligente raposa, o ágil macaco e o pacífico coelho branco.

Da lua cheia que reluzia no céu, o Velho da lua os observava, pensando consigo mesmo, qual deles seria o mais virtuoso. Sem delongas, resolveu testá-los, disfarçando-se como mendigo e apresentando-se diante deles: “Tenho fome”

Ao ver aquele maltrapilho humano necessitado de ajuda, a raposa teve dó, e correu para o rio. Utilizando-se de sua inteligência, atraiu os peixes com sua cauda e pescou algum deles com os afiados dentes. Deu-os ao mendigo para que matasse sua fome.

O macaco também querendo ajudar, usou de toda sua agilidade para escalar um caquizeiro, apanhando as mais altas e coradas frutas da árvore. Deu-os ao mendigo para que matasse sua fome.

O coelho sem ter a agilidade do macaco ou a inteligência da raposa, nada parecia poder fazer pelo mendigo, mas seu generoso coração não lhe permitia que se fosse sem que pudesse ser de alguma ajuda.

“Amigo macaco, pode trazer um pouco de lenha?” perguntou ao amigo. “E você amiga raposa, pode fazer uma fogueira da lenha que ele trouxer?”

Os amigos o fizeram. Quando as labaredas das chamas começaram a subir ao céu, o coelho atirou-se ao fogo, oferecendo ao velho a carne que saciasse sua fome.

Espantados com o acontecido, o macaco e a raposa choraram por seu amigo, reconhecendo que o coelho era a criatura mais generosa da floresta.


O velho maltrapilho foi envolto por uma áurea prateada, voltando a ser o nobre espírito da lua.

“Não se preocupem, seu amigo está bem”

Ao dizer isso, o velho trouxe de volta o espírito do generoso coelho.

“Seu ato foi de muita bondade, provando que é o animal mais generoso da floresta, entretanto não deve fazer mal a si mesmo, ainda que seja pelo bem de outro.”

“Mas o que será agora de nosso amigo?” perguntou a raposa, ao velho.

“Eu o levarei comigo para a lua, e de lá, com toda sua virtude, ele olhará por vocês sempre”
E aconchegando o coelho em sua manta cálida, o Velho subiu aos céus.

Dizem que até hoje o coelho da lua olha por aqueles de corações generosos enquanto se diverte fazendo bolinhos de arroz para enviar a seus amigos que ficaram na terra, a raposa e o macaco.

*Fonte do conto: http://japonesdake.blogspot.com.br/


Informações Gerais: 

https://pt.wikipedia.org/ 
https://aoikuwan.com/2011/02/28/tsuki-no-usagi-o-coelho-da-lua/
Pesquisa Google: Coelho da Lua


sexta-feira, 8 de julho de 2016

Chang'e - O Desterro da Deusa da Lua (Fases da Lua nº 04)

Chang'e na cultura chinesa

As festas procedem dos mitos, ou vice-versa, os mitos geram as festas. Isto ocorre em todos os países. A China não é uma excepção.

Num país de civilização milenar como a China, todas as festas, sobretudo as tradicionais, têm origem em tradições antiquíssimas ou lendas belas e comoventes.
As festas tradicionais chinesas são geralmente determinadas segundo o calendário lunar. Hoje é a Festa do Meio Outono neste país, e vou falar um pouco sobre a Festa.
Numa civilização milenar da Nação Chinesa, as festas tradicionais têm uma simbologia rica e poderosa.
Dia 15 de Agosto, Festa do Meio Outono
No dia 15 de Agosto segundo o calendário lunar, os chineses comemoram a Festa do Meio Outono que tem origem numa belíssima lenda: Chang'e voa para a Lua.
Na noite desse dia, quando a lua cheia levanta-se no horizonte , os velhos, junto com seus filhos e netos, sentam-se ao redor de uma mesa no pátio e contemplam a Lua, comendo melancia, maçã, uva e outras frutas, assim como yuebing, um tipo de bolo especialmente para esta festa.
Nestas ocasiões, os velhos costumam contar a história de Chang'e, que voou para a Lua

O Mito da deusa da lua na tradição chinesa

Segundo uma tradição, Chang'e, sobrinha do Imperador Celestial, casou-se com Hou Yi, outra divindade do céu, e o casal levava uma vida feliz. Naquele tempo, havia dez sóis no Céu. E na terra, as plantas, queimadas, murcharam, reinavam as feras e os bichos venenosos.
O imperador celestial decidiu enviar Hou Yi para ajudar a humanidade a remover nove dos dez sóis do céu e aniquilar as feras e bichos venenosos na superfície da terra. E Chang E acompanhou seu marido. Ao chegar à terra, Hou Yi acomodou sua esposa numa gruta da montanha e foi combater os sóis com arco e flecha e aniquilar as feras e os bichos com sua espada.
Sozinha na gruta, Chang'e sentia-se muito solitária. Um dia, ela percebeu que só restara um sol no céu e concluiu que, cumprida a missão dada pelo imperador celestial, Hou Yi voltaria logo. Sem conter a alegria, começou a dançar, queria voar, pois quando vivia no céu, ela viajava entre as nuvens. Mas ali não podia. Ficou aflita.
Quando voltou à gruta, Hou Yi viu que sua mulher chorava e perguntou o que lhe acontecera. Chang E contou o motivo. O marido consolou-a dizendo: "Não fique triste. A imperatriz-mãe do Oeste tem remédio de imortalidade. Vou pedir-lhe tal remédio para nós. Viver no mundo como imortais é muito melhor que levar uma vida solitária no céu."
Chang'e concordou e parou de chorar.
Superando mil e uma dificuldades, Hou Yi chegou ao Palácio da Imperatriz-mãe do Oeste, situado em cima da Cordilheira Kun Lun.
Inteirada do caso, ela disse: "Quem toma uma pílula do meu remédio, fica imortal; quem toma duas, pode voar para o céu e tornar-se divindade."
Como havia decidido ficar na terra para continuar a ajudar a humanidade, Hou Yi pediu duas pílulas, uma para ele próprio, e a outra, para sua mulher Chang'e.
Depois de uma viagem de alguns meses, Hou Yi retornou à gruta, levando as duas pílulas.
A Chang'e ficou muito contente e queria tomar o remédio imediatamente, mas o marido a impediu, dizendo: "Paciência. Tomemos amanhã, dia 15 de Agosto, com a Lua mais cheia e brilhante."
Alta noite, a Chang'e não conseguia dormir. Pensava: uma pílula para ser imortal, e duas para voltar ao céu e levar uma vida de divindade. Por um impulso do momento, ela tomou as duas pílulas e saiu da gruta. A Lua estava lá no céu, redonda e brilhante, como um prato de prata. Chang E sentia-se leve, e começou a voar para o céu.
Inteirado do retorno de Chang'e, o imperador celestial baixou uma ordem, dizendo que por ter voltado ao céu sem autorização, Chang'e é condenada ao exilo na Lua de onde jamais poderia sair.
Sem se atrever a contrariar a ordem do imperador celestial, Chang'e foi morar na Lua onde passou a levar uma vida triste, solitária, mordida de remorsos, acompanhada por um coelho branco que pila ervas medicinais, um sapo e um grande loureiro.

O Coelho de Jade da Lua

Na China, o coelho da lua é geralmente chamado de yuè tu (月 兔), que significa "coelho da lua". No entanto, o coelho da lua também é chamado de yu tu (玉兔), ou "Coelho de Jade", e às vezes "Vovô Coelho", "Coelho Cavalheiro", "Senhor Coelho" e também "Coelho de Ouro". Histórias sobre o coelho de jade datam do período dos Reinos Combatentes ( aprox. 475-221 a.C.).

Segundo a lenda, o coelho da lua é o companheiro da deusa da lua Chang e soca o elixir da vida para ela em seu pilão. Ele vive na lua junto com o sapo e pode ser visto todos os anos em plena vista no dia do meio outono, ou 15 de agosto.

Em uma lenda contada em Pequim e seus arredores, uma praga mortal caiu sobre a cidade cerca de 500 anos atrás e matou muitas pessoas. A única coisa que poderia salvar a cidade esta epidemia era o Coelho da Lua. Chang enviou o coelho à Terra para visitar cada família e curá-las dessa praga. Após livrar a cidade desta praga, ele voltou para a lua.

Para este dia, figuras do coelho vestindo armadura e montando um tigre,um leão, um elefante, ou um veado são brinquedos populares entre crianças e adultos! Eles são particularmente populares durante o Festival do Meio Outono, ou durante o Ano Novo Lunar no Ano do Coelho.


Fonte e demais informações: 
Pesquisa Google
http://portal-dos-mitos.blogspot.com.br/2014/04/o-coelho-da-lua.html
http://portuguese.cri.cn/chinaabc/chapter16/chapter160110.htm


O Coelho da Lua - Tradição Hindu (Fases da Lua nº 03)

Era uma vez três coelhinhos que viviam em três cavernas do Himalaia, onde levavam uma vida inteiramente dedicada a Deus.
Diariamente rezavam a Deus, pois seu maior desejo, era entrar no reino do céu.
O primeiro coelho tinha um pêlo marrom; o segundo tinha uma mancha branca no pêlo marrom, e o terceiro, que se chamava “Nevo”, tinha o pêlo completamente branco.
Os três coelhos amavam-se muito e, o que um fazia, os outros faziam também.
Mesmo estando absorvidos por suas orações durante todo o dia, tinham que procurar alimentos para não morrerem de fome.
Assim, passaram-se muitos anos. Moravam bem perto um do outro, e estavam sempre voltados a Deus. Até que, finalmente, suas orações chegaram aos ouvidos de Deus e Ele decidiu recompensar tanta dedicação. E, apesar de Deus conhecer bem o coração dos coelhos, ainda quis pô-los à prova.
Assim, Deus-Pai chamou a Lua, cujo nome era Chandra, e disse:
- Como você só precisa brilhar no céu à meia-noite, dirija-se antes às montanhas do Himalaia e lá, visite os três coelhinhos. Peça a cada um, um pouco de comida. Depois que terminar a visita, volte a mim e relate o que viu.
A Lua obedeceu e visitou em primeiro lugar o coelho marrom.

Este preparou o seu jantar e viu Chandra chegar à porta de sua caverna. Muito feliz pela visita convidou-a para entrar e compartilhar de sua refeição. Mais tarde a Lua agradeceu e procurou o segundo coelho.
Quando este ouviu alguém se aproximar, exclamou alegre: - Bem vindo amigo! — e após ouvir o pedido da Lua disse:
- Com todo prazer saciarei a sua fome, mas deve desculpar a minha demora, pois hoje fiquei absorvido nas minhas orações e esqueci de sair à procura de alimentos.
Espere um pouco que lhe servirei uma refeição. Após ter procurado alimentos, não se serviu de nada, deixando tudo para o hóspede, a Lua.
Por último, Chandra dirigiu-se até a caverna do coelho branco chamando, “Nevo”.
Bateu, inutilmente por muito tempo, à porta da caverna do coelho branco, que estava mergulhado em profunda meditação e demorou a sair da caverna para cumprimentar a Lua.
- Procuro alguém que possa me dar alguma coisa para comer, disse Chandra. Após longa caminhada pelos campos gelados das montanhas, estou com muita fome.
Descanse minha querida, pediu “Nevo”, enquanto vejo o que posso servir-lhe.
De bom grado a Lua aceitou o convite e sentou-se no chão da caverna, pois não havia nem cadeira, nem cama para um descanso.
A Lua sentiu-se muito bem na caverna do coelho “Nevo”, pois o ar era fresco e ameno.
Enquanto isto, o coelho revistava a sua dispensa. Mas, que susto!

Há dias o coelho não procurava mais alimentos, por estar profundamente absorvido em suas orações.
O coelho sentiu-se muito triste por não poder oferecer algo à tua visita, pois Deus sempre considerou uma das primeiras obrigações de todos, receber bem os viajantes. Sentou-se para pensar e depois, voltou à estrada de sua caverna, onde Chandra já o esperava impacientemente, pois já era tarde e ela precisava voltar para ao céu.
- Querida Lua — disse o coelho “Nevo” - não seja impaciente, vou acender o fogo para você se aquecer e logo lhe servirei algo para jantar.
Após acender o fogo o coelho disse:
- Como não tenho nada em casa para comer e não quero falhar em uma das mais importantes leis divinas, desejo oferecer-me a você como alimento.
E, antes que Chandra, a lua, pudesse impedi-lo, jogou-se na fogueira.
Assustada com o que vivenciara, Chandra voltou ao céu, dirigindo-se ao trono de Deus-Pai para relatar tudo o que aconteceu.
Mas como foi grande a sua surpresa ao avistar, no colo de Deus-Pai, um coelho branco como a neve, irradiando maravilhosa luz.
Fonte: http://www.festascristas.com.br/pascoa/pascoa-historias/504-o-coelho-da-lua


quarta-feira, 6 de julho de 2016

Sob as luzes de Lamphoin...

Eis um novo ciclo, novas indagações e novos horizontes.
Sussurros no Porão cumpriu com o seu papel, agradeço pela cosmovisão de obscuras e incertas razões que acredito que não há mais necessidade na minha vida. Isso ficou no passado, pois matei aquele monstro roedor de corações afoitos. Essa ilusão já foi suprimida e me sinto mais livre e leve pra expandir minhas percepções e essa criatura seguiu o seu caminho.
Agora, sob as luzes de Lamphoin, vejo um rumo mais expansivo, mais congruente com minhas idéias e indagações e assim sigo para um caminho mais condescendente com a realidade, minha realidade!
Pela sua graça, Lamphoin, me conceda a sua benção nos campos das ideias e nos ditames da Psiquê humana e atributos metafísicos do mundo supralunar e celestial.

(Lâmpadas, histórias e outras invencionices)