terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Rascunhos de um Desabafo (nº05)

Comentários de uma incoerência
Feminista incoerente - A pessoa gostar de uma música sobre sexo agora é ser """objeto sexual"""? E porque isso tem que ter uma conotação negativa? Porque tem que ser determinista sobre o caráter da pessoa? Feminismo é sobre a mulher fazer o que bem entender, se ela quiser andar por aí de biquini segurando uma placa num octógono ou ser dançarina do Catra, é um direito dela, kct. Puta merda, não sei quem prega mais moral, se os conservadores ou se os pseudo liberais.
Minha resposta - Depende do que você entende por liberdade. O que seria, de fato, essa tal liberdade e o que você faria exatamente com ela? A ponto de você achar que uma mulher deve se expor, mostrar os seios, sendo chamada de vadia, disso e daquilo é algo contrário ao que você entende por direito, mas, ausência do mesmo. Não é direito nenhum que um vagabundo cante uma letra tendenciosa que faz da mulher um fator de submissão a banalização do sexo a ponto de chamar uma mulher de vadia, meritriz, etc. Onde está a ordem que nos faz ter o limiar do respeito com o próximo, com aqueles que ainda irão nascer? Seria justo por exemplo que sua filha pequena escute um funk que trate as mulheres como se fossem cachorras e que elas estão lá pra servir os apetites dos marginais? As mulheres levaram séculos para conquistar seu espaço na sociedade que, por direito, fizeram por merecer. Até os anos 60 as mulheres queimaram os sutians como forma de se libertarem do jugo masculino. Consegue entender o tempo que levou para as mulheres terem esses direitos respeitados? Até os anos 30 as mulheres não tinham direito ao voto, a opinião feminina não tinha qualquer relevância no cenário político e até os anos 70 a mulher que divorciava era mal encarada na sociedade e o fato de você defender esse infeliz do Catra é jogar tudo isso que as mulheres conquistaram no ralo. O problema não é as mulheres fazerem o que bem entender, mas não saber exatamente o que estão fazendo, pois muitas não tem um direcionamento conciso sobre o que é certo e errado, mistificado por uma moda criminosa, circundada por tendências supérflua e passionais da ignorância daqueles que a todo momento, comete um atentado ao pudor perante a dignidade do sexo feminino. Isso é uma covardia. Essas letras tendenciosas de funk, não está apenas desrespeitando aquelas dançarinas, mas desrespeitando você, sua mãe, avós, bisavós e todas aquelas que antes tiveram uma vida difícil de extrema privação de seus direitos e dignidade como mulheres e como seres humanos. Não desconsidere essa questão apenas como um "senso moral e conservador" como você havia dito, mas aprenda a ponderar mais essa dicotomia de se fazer o que bem entender. Não é bem assim! Isso é que nos faz diferenciarmos dos animais, pois não podemos levar as coisas apenas no impulso de seus instintos, tem que haver um ponto de equilíbrio e ordem na vida humana, inclusive em relação ao sexo, porque senão seria uma guerra de todos contra todos. Talvez leve mais 100 anos para que nós, homens, possa entender melhor a genealogia que instiga os mistérios do espírito feminino e a parte que nós conseguimos ver já nos enche de encanto, portanto, não jogue fora tudo isso apenas por uma questão ideológica e misantrópica...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Rascunhos de um Desabafo (nº04)

Desalentos e desencantos de uma cidade.

São Paulo, tantas dores e amores. O progresso em andamento e acompanhado de seu desalento e com ela, sua desumanização. A cidade cresceu e o homem se arrefeceu, foi imbuído nos percalços de seu desenvolvimento. Viramos engrenagens de uma máquina que não consegue mais parar, seu ritmo acelerado não conta mais com a bucólica sensação de apreciar a contagem do relógio, de ver e ouvir as horas matutinas e vespertinas, com seus regalos de um bom dia ou boa tarde. A cidade virou senhor de seu próprio tempo. Ela dita a maneira de como o mundo deve girar, somos forçados em demasia e de modo contínuo em manter uma força concêntrica que nos espreme pela sua necessidade e nos alivia pelas diretrizes de macros e oportunas beneficências que tanto necessitamos. Somos fascinados e fatigados pela sua dinâmica de movimento, em sempre expandir e crescer. Suas mudanças são sempre singelas, nunca de uma maneira ordenada, mas desordeira e alternada pelo impacto que causa em seu horizonte. Isso de uma maneira causa medo, cansaço e espanto. Deveras, somos organismos, que nutre e somos nutridos pelo apetite voraz de progredir, de transmutar, de ramificar-se para além de seus limites demarcados. Somos engolidos e expelidos pela natureza fisiológica de uma cidade que denomina um sentido urbano de sempre se manter em movimento. Essas peças apenas querem se manter uteis, se manter como uma chave que ativa suas inspirações, suas conquistas, seus medos, suas alegrias e seus desencantos. Somos apenas paulistas...

Av. 23 de maio, em fase de conclusão próximo ao Viaduto Paraíso, Largo. Guanabara e construção do Viaduto Bernardino de Campos. Ano 1968

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Rascunhos de um Desabafo (nº03)

É certo que o Brasil seja tão conivente e perdoe dividas de ditaduras sanguinárias que até a ONU contesta um governo opressor e sendo investigada nos EUA e Europa?...Atitudes essa de um governo que parte de um princípio de imoralidade que encarece ainda mais uma nação que tinha tudo para ser um exemplo no mundo, para ser grande, mas se apequena diante de sua alienação e do descompromisso com a ética e o desserviço com o bom senso cantadas pelos sambas-enredos de nosso cotidiano e a perda de certos valores que até então nos mantinha na linha do senso moral e do respeito com o próximo. Perdemos também no vislumbramento daqueles que ainda acredita que estamos sendo governados com justiça, assinados com o respaldo de nosso apoio e respeito daqueles que descaradamente, zomba de nossa percepção e sapiência. De fato, caminhamos para dias escuros. Confesso que o folego está se extinguindo e não consigo enxergar algo que possa nos redirecionar na certeza de um futuro promissor! Estamos dando um exemplo claro que, nem tudo que reluz é feito de ouro e sim de sangue....
PS: Desculpe pelo texto, só estou despejando algo que já está se esgotando...

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Rascunhos de um Desabafo (nº02)

Carta de um indivíduo para ele mesmo.

Venho por meio deste salientar algo que a muito tempo estive planejando em expor certas angustias do tempo que viveste e o quanto você tenha apreendido por certas afirmações pelas quais você tanto se apega.
A cada dia penso o quanto é efêmero a nossa condição terrena.
A cada dia penso como as coisas estão degringolando em relação a certos valores que tanto defendo.
A cada dia penso que tudo o que eu acreditava que estivesse certo, na verdade, estive errado sobre muitas coisas na vida.
Minha vida? Minha alegria? Minhas dores, minha solidão e sofrimentos?
Hum...é apenas um apreço superestimado que minha fé diz que isso é uma história que está sendo escrita. Talvez eu esteja errado, mas, uma coisa eu posso afirmar com absoluta certeza. As duvidas serão constantes ao longo dessa minha existência tão combalida. Sou um eterno campo de batalha.
O bem e o mal estarão em constante atrito e o que está em jogo é o meu juízo de valores e um espírito tão abatido que vê sua energia a cada dia sendo exaurida.
A esperança é uma virtude que demanda muito de suas forças e nunca é uma garantia de ter a plena satisfação e realização de seus desejos.
Isso é injusto. É algo para além do ser humano e sou apenas um ser frágil em sua condição corpórea e limitado intelectualmente em relação a certas abstrações diante da infinitude.
Isso, no final, não irá fazer a menor diferença!
Passarei os anos condizentes de minha vida travando uma luta desigual contra mim mesmo e contra as incertezas de uma realidade tão cruenta.
Penso que a natureza é seletiva para cada indivíduo inserido no mundo.
Uns cativarão mais, outros menos.
Outros terão mais condições, terão mais paixões, terão mais amigos, terão mais alegrias, mais diversão e outros não.
Para outras coisa terão em demasia, terá mais lágrimas, mais aflições, brigas, angustias, tristezas e fracassos e outros não.
Consegue entender o dinamismo e a incoerência em relação as contradições da existência humana?
Porque uns tem mais e outro menos? Esta aí a grande questão pela qual muitos irão se perguntar e tentarão mudar. Uns vão querer nivelar e outros vão lutar para manter suas posições e nisso conflito já está deflagrado. Penso que isso está dentro da condição humana, só o que dá para fazer é tentar conciliar essa discrepância, mas, devo confessar que isso está me cansando. O corpo já não consegue suportar certas cargas e o ritmo está indo a passos lentos conforme a idade vai avançando.
Mas eu reconheço que sou um indivíduo cheio de erros, posso afirmar certas opiniões e, no entanto, é mais plausível em concordar que isso pode não estar correto.
É salutar em reconhecer e afirmar a minha pequenez, os meu defeitos e a minha estupidez como indivíduo, pra que dessa forma, não possa ser ludibriado pela arrogância de minha natureza humana ao dizer que tenho alguma importância diante do universo....não tenho!
As coisas são por demais complexa em querer entender certos mistérios que, por sinal, irão se manter imaculados pelas minhas concatenações.
Muitos irão questionar minhas opiniões, mas não faz mal, não há uma formula mágica que possa cativar as pessoas. Acredito que tenho em meu cerne, aquela impetuosidade implosiva dentro de minha essência que move minhas indagações em relação de um mundo cada vez mais conturbado, mas os meus gritos estão apenas reverberando no vazio da escuridão, mas continuo tentando. Faço isso não que seja por um impulso narcisista e egocêntrico, mas porque meu senso de justiça é expansivo, quer minar com a maldade a qualquer custo e isso acaba se tornando aquilo que mais detesta, pois não há um fator atenuante que possa conciliar e direcionar uma moralidade plausível do que é correto com a probabilidade dos erros que faz parte da natureza dos homens. Acredito que muitos desafios em nossas vidas seja como nadar na correnteza contrária de um rio. Posso estar errado sob muitos aspectos em relação as coisas e posso condenar o mal que muitos possa cometer em relação ao outro, mas quem me garante que estou certo disso? O que me faz ter a certeza do que é certo e errado? Essas perguntas, só pode ser respondida pelo bom senso de cada um, muitos podem concordar com o que eu digo, outros não. Cada um tem suas afirmações de acordo com suas próprias experiências e vivências.
Confesso que sou um analfabeto quando se trata de assuntos em relação ao amor e as afeições.
Os anos foram penosos, muitas atribulações e perdas e as marcas no coração deixou suas sequelas. Fez de você um sujeito calculista, incisivo e impulsivo, colocando tanta energia naquilo que acreditava que não se importava com os resultados e o quanto possa interferir naqueles que estão em volta. Construiu um muro para se proteger das mazelas e das agressões da vida e isso impediu em ter uma relação mais afetiva de suas necessidades como ser humano.
Pobre homem! Pobre criança!
É difícil tentar se esgueirar diante das bordas do destino, não é verdade?
Não adianta proferir seus lamentos. Não adianta tentar enxugar suas lágrimas, elas irão transcorrer diante de suas dores. Afinal, viver é estar constantemente com a dor e isso não é ruim, pois lhe mantem acordado, lhe mantem lúcido diante das ilusões, das miragens e enganações.
Por fim, não lhe trago conforto, não vou poder lhe oferecer alivio diante das circunstâncias do cotidiano, mas uma verdade sobre si mesmo. Todas as contradições são resultantes de suas ações, sejam elas vindas de um modo direto ou não. Isso faz parte de você e isso irá lhe acompanhar até o fim.
Acredito que minha vivência neste plano se passará de uma forma inócua, não vai ser sentida por ninguém. É apenas um piscar de olhos diante da infinitude do universo, um rastilho fugaz de apenas uma existência em relação a tantas outras no mundo.
Mas não se abata...
Pode não ser o melhor ser humano pois sua singularidade não transparece charme e nem enche de luz aqueles pela qual você tanto cativa. Você não faz parte dos planos deles, mas, isso é bom, pois é algo pela qual as pessoas possam ter suas escolhas, serem livres pelo o que querem, inclusive pelo assuntos de seu coração e, no entanto, a liberdade tem suas consequências e estou pagando pelas escolhas que fiz.
No final, todos os transtornos resultantes dessa fatídica condição que lhe foi imposta irá passar. Você já tem e teve seu tempo, nada é eterno que não possa durar e sua história não é exceção.
Todos os conflitos, todas as mazelas é suportável até o momento de chegar no fim da estrada.
Portanto, instrua a si mesmo diante dos conflitos da vida e torne sua caminhada um pouco mais suportável!

Faça daquilo que é ruim ser a melhor coisa que se possa sonhar...