sábado, 4 de outubro de 2014

A renovação cíclica e incerta da vida

Muito se tem falado ultimamente com relação aos posicionamentos reacionários, tanto de idéias politicamente escatológicas, quanto do modismo supérfluo da ostentação medíocre, motivada pela ausência de uma cultura que vai contra o senso da realidade daquilo que se tem falado, sem um pingo de consideração pelo próximo. Isso porque muitos considera algo como sendo moderno, atual, mas tenho a impressão de que regredimos uns 100 anos diante de tantos absurdos, como a exposição do corpo como algo a ser dessacralizado, banal, apenas carne no açougue para dispor de nossos apetites. Dito isso, considero como uma época de esfacelamento, de um período para a entrada de um novo ciclo. Para o bem ou para o mal, não há como impedir o dinamismo da vida. As vezes, por necessidade, a vida tem um percurso cíclico em sua trajetória. Considero que esse percurso não é linear, mas formada por uma ordenação concêntrica que vai sempre se completando até passar para outra etapa. Assim sendo, a vida passa por momentos de retrocesso, pois as vezes sempre temos a impressão de termos vivenciado um determinado momento, "Deja vu". A natureza nunca segue uma ordem unidirecional, não há um único vislumbre do raiar do sol, haverá momentos em que o sol irá se por, pois a Terra completa o ciclo rotacional em seu próprio eixo. O mesmo acontece com a natureza e também com o ser humano. Há sempre o momento de renovação e desmantelamento, o da criação e o da destruição. Percebo que nós, humanos, não aprendemos sob uma única percepção, mas aprendesse sob erros e acertos. A história está aí pra mostrar o que deu certo e errado sob o peso dos eventos extremos que o homem passou e passa diante dos momentos de crise. A história em si nunca é superada, pois quando houver uma tentativa de subverter a história, será o momento em que haverá um derramamento de sangue. Nos dias atuais vejo que a sociedade ainda não superou certos conceitos que já foi demonstrado que está ultrapassado. Não deu certo, na medida em foi aplicada de acordo com a nossa condição humana. É algo que está além da natureza feroz do ser humano, pois o homem é motivado por impulsos que a todo momento quer ser preenchido, pois tem um prazer insaciável que possa lhe trazer algum conforto momentâneo sob as angustias que tem no vazio em relação ao sentido de sua vida. Quando houver uma condição externa que tenta plainar essa condição instintiva do homem, será o momento em que o caldo irá entornar, na tentativa de tentar domar a fera que habita nos homens é quando haverá o embate e o atrito, pois foi algo ríspido em tentar implementar algo que vai contra essa natureza indomável. É quando o elo da corrente se quebra e o ciclo é interrompido e a ruptura causa o desmoronamento da sociedade gerando o caos e a tragédia dos conflitos. São os tempos da "Kali Yuga". Os braços de Shiva desconstrói os caminhos guiados por uma pseudo elucidação, renovando as pedras pela qual iremos passar de novo. E assim o ciclo vai se completando diante de nossas dores, e sob a obscuridade de um futuro incerto, vemos o resplandecer do sol que, por certo, irá se por diante da escuridão do universo.

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