sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Os Devaneios de uma Distopia

Uma Distopia se apresenta numa antítese de uma utopia, num mundo distorcido e disfarçado de ideais que se criam normas para o bem comum, mas se mostram flexíveis e condicionadas por um sistema opressivo, totalitarista e autoritário, ao inferir em uma sociedade métodos ideológicos e hipnóticos sobre os indivíduos menos favorecidos e menos informados com relação aos eventos deflagrados na atualidade, envaidecidos por uma ilusão de mundo perfeito, constituído por diretrizes somáticas de integração de diferentes singularidades em um só corpo. Um indivíduo de uma sociedade distópica são contrários ao que é divergente, tendo como reação, estímulos primários de extrema violência e de aniquilação ao que é oposto ou diferente, seja aniquilando tal oposição ou execrando com bravatas ou perjúrio qualquer forma pensante contrária ao sistema dominante. Uma das bases mais congruentes de uma distopia é a aplicação de uma doutrina contrária ao que possa ser implementadas na realidade. Paralelamente, uma distopia é engendrada por uma falha ou falta de uma ação humana que tenha sido desviado ou se esfacelado durante no percurso de seu processo de formação ética ou moral.  Distopia geralmente são associadas a regimes tirânicos, uma ruína paradisíaca tendo como pano de fundo, uma literatura distópica que costuma apresentar uma dinâmica condescendente por uma aplicação desvirtuada de termos duvidosos, transcritos da seguinte maneira:
1 -Tem conteúdo moral, projetando o modo como os nossos dilemas morais presentes figurariam no futuro.
2 - Oferecem crítica social e apresentam as simpatias políticas do autor.
3 - Exploram a estupidez coletiva.
4 - O poder é mantido por uma elite, mediante a somatização e consequente alívio de certas carências e privações do indivíduo.
5 - Discurso pessimista, raramente "flertando" com a esperança.
6 - Violência banalizada e generalizada.
Concluindo: Em um determinado lugar, onde se consuma uma hipotética política distópica, é sinal de que tal sociedade está doente, onde ao longo de sua história, teve um desvio anormal de conduta, onde a razão está denegrida por superstições e mitos que altera a percepção sensitiva, se fechando diante de uma clausura fantasiosa e defenestrando a singularidade dos homens, transformando-os numa fração de existência homogênea e de fácil manipulação, expondo os seres em geral a planos inescrupulosos de dominação sob o peso de sua própria ignorância e maquiada em um disfarce de justiça e bem-estar social.

sábado, 4 de outubro de 2014

A renovação cíclica e incerta da vida

Muito se tem falado ultimamente com relação aos posicionamentos reacionários, tanto de idéias politicamente escatológicas, quanto do modismo supérfluo da ostentação medíocre, motivada pela ausência de uma cultura que vai contra o senso da realidade daquilo que se tem falado, sem um pingo de consideração pelo próximo. Isso porque muitos considera algo como sendo moderno, atual, mas tenho a impressão de que regredimos uns 100 anos diante de tantos absurdos, como a exposição do corpo como algo a ser dessacralizado, banal, apenas carne no açougue para dispor de nossos apetites. Dito isso, considero como uma época de esfacelamento, de um período para a entrada de um novo ciclo. Para o bem ou para o mal, não há como impedir o dinamismo da vida. As vezes, por necessidade, a vida tem um percurso cíclico em sua trajetória. Considero que esse percurso não é linear, mas formada por uma ordenação concêntrica que vai sempre se completando até passar para outra etapa. Assim sendo, a vida passa por momentos de retrocesso, pois as vezes sempre temos a impressão de termos vivenciado um determinado momento, "Deja vu". A natureza nunca segue uma ordem unidirecional, não há um único vislumbre do raiar do sol, haverá momentos em que o sol irá se por, pois a Terra completa o ciclo rotacional em seu próprio eixo. O mesmo acontece com a natureza e também com o ser humano. Há sempre o momento de renovação e desmantelamento, o da criação e o da destruição. Percebo que nós, humanos, não aprendemos sob uma única percepção, mas aprendesse sob erros e acertos. A história está aí pra mostrar o que deu certo e errado sob o peso dos eventos extremos que o homem passou e passa diante dos momentos de crise. A história em si nunca é superada, pois quando houver uma tentativa de subverter a história, será o momento em que haverá um derramamento de sangue. Nos dias atuais vejo que a sociedade ainda não superou certos conceitos que já foi demonstrado que está ultrapassado. Não deu certo, na medida em foi aplicada de acordo com a nossa condição humana. É algo que está além da natureza feroz do ser humano, pois o homem é motivado por impulsos que a todo momento quer ser preenchido, pois tem um prazer insaciável que possa lhe trazer algum conforto momentâneo sob as angustias que tem no vazio em relação ao sentido de sua vida. Quando houver uma condição externa que tenta plainar essa condição instintiva do homem, será o momento em que o caldo irá entornar, na tentativa de tentar domar a fera que habita nos homens é quando haverá o embate e o atrito, pois foi algo ríspido em tentar implementar algo que vai contra essa natureza indomável. É quando o elo da corrente se quebra e o ciclo é interrompido e a ruptura causa o desmoronamento da sociedade gerando o caos e a tragédia dos conflitos. São os tempos da "Kali Yuga". Os braços de Shiva desconstrói os caminhos guiados por uma pseudo elucidação, renovando as pedras pela qual iremos passar de novo. E assim o ciclo vai se completando diante de nossas dores, e sob a obscuridade de um futuro incerto, vemos o resplandecer do sol que, por certo, irá se por diante da escuridão do universo.