sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Rascunhos de um Desabafo (nº15)


As vezes, o silêncio tem a nos dizer muitas coisas. 
Por isso eu prefiro o silêncio da madrugada do que o barulho dos incautos e suas libações de promiscuidades.
Hoje em dia é quase uma epidemia, pelo menos no lugar onde eu moro, tem sempre que fazer barulho, se mostrar de modo forçado e violento, se mostrar ao mundo, o quanto suas existências são banais e fúteis e desprovidas de qualquer senso moral e sem escrúpulos quanto aos demais indivíduos que só querem apenas algumas horas de sossego.
É sempre assim, tem indivíduos que acham que são os donos do mundo, quando na verdade, somos apenas um rastro, um rastilho, uma faísca diante da vastidão do espaço-tempo. Nosso conceito existencial, com todas as pompas, orgulho e arrogância é algo tão efêmero e substancial diante da temporalidade do universo, que a todo o momento, a humanidade luta, mata e rouba pra ter pelo menos um milésimo de um ínfimo segundo desse tempo cósmico e sempre tendo como pano de fundo, os incessantes barulhos e sons desconexos de impulsos comportamentais e primais. Nessa questão, não diferenciamos em nada com os animais, somos até bem parecidos.
Eu acredito que, é através do silêncio que podemos ouvir e sentir os vislumbres que nossa alma faz do paraíso, é uma conexão mais íntima e intensa com Deus.
É através do silêncio que podemos pensar melhor sobre nossos acertos e erros, qualidades e defeitos e ter um discernimento mais contundente com nossas imperfeições.
O silêncio nos traz, mesmo que por um breve momento, a luz de nossa compreensão espiritual.