quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Rascunho de um Desabafo (nº14)


Faço aqui, as rememorações e uma inquirição que assombra minha cognição a respeito dos escopos que não concerne aos discernimentos do senso comum. 
Eu sou apenas um rastilho de uma fração de existência, assim como tantos outros que vivem nesse mundo. De um modo geral, somos apenas um milésimo de segundo, diante da percepção do tempo cósmico. Quando paro e penso diante das minhas experiências de vida, procuro não remoer aquilo que não puder viver ou não pude apreciar. Parei de tentar levar as coisas segundo as vivências e percepções de outras pessoas. Falo isso, pois, pode não ser compatível diametralmente com a minha singularidade, com a minha sensibilidade. Já tive essa parcela de caminhar segundo os critérios das demais pessoas e tive o pior resultado possível em tentar, ao menos, seguir o mínimo daquilo que as pessoas acham que devem ser feito. Foi anos de angustias, perseguições, falsidades e humilhações. Malharam com minha ingenuidade e escarneceram com minhas posições e ideais. E disso tudo ficou lapsos que uma vez ou outra, vem pelas lembranças e procrastinar com seus insípidos fantasmas e ilusões inócuas, atormentar meus sentimentos.
Procuro não tomar pra mim esses tormentos, pois com um belo "foda-se", todas as amarguras e decepções vai se descortinando e desvanecendo por uma realidade mais atual, pelo meu "eu" presente. E hoje sou uma pessoa adulta mais firme, mais atenta com o mundo. Aquele garoto, não existe mais. Foi destruído pelo tempo, mas, mantenho a essência na qual aquela criança foi formada. Isso é importante para mim, pois mantem meus sonhos acesos, apesar de ainda estar acordado. É minha válvula de escape diante de tantas sombras que nos circundam e mortificam o nosso espírito, pois, lá no fundo, aquela pequena reminiscência que conservei diante dos tempos áureos da infância, me dá um alívio, um conforto de que tudo na vida é efêmero, é tudo fugaz diante do sol, incluindo esse que vos fala.
Agradeço a Deus por tudo, independente das coisas boas e ruins na vida. Apesar que, diariamente, somos nocauteados pelos golpes a que somos submetidos a conviver, tudo isso me dá ainda mais certeza de que tudo é fugaz. Um tempo para respirar e outro para sufocar.
Tudo na vida é passageiro, portanto, somos forçados a nos imiscuir diante da passividade do tempo e que a cada minuto, uma parte de nossa existência vai sendo levado. 
Tive o meu tempo e espero não telo mais de volta. Cabe aos outros que estão vindo ao mundo terem suas chances e oportunidades. Como nossa condição corpórea não é eterna, cabe haver sempre uma renovação daqueles que possam manter nossa linhagem e herança, sendo elas boas ou ruins, só o tempo poderá dizer sobre essa fardo da existência, mas fica a minha torcida pelas boas novas, apesar desse mundo tão conturbado, com posições e práticas tão virulentas e permissivas dizer o contrário. 
Quem bom, Deus, que não somos eternos...