quarta-feira, 29 de junho de 2016

O Mito de Selene: A Deusa da Lua (Fases da Lua nº 02)


Selene (em gregoΣελήνηSelíní, "lua"), na mitologia grega, era a deusa da lua. Ela é filha dos titãs Hiperião e Teia e irmã do deus do sol, Hélio e de Eos, deusa do amanhecer. Ela dirige sua carruagem lunar pelos céus. Vários amantes são atribuídos a ela em vários mitos, incluindo Zeus, e o mortal Endimião. Em tempos clássicos, Selene foi muitas vezes identificada com Ártemis, assim como seu irmão, Hélio, foi identificado com Apolo. Ambos Selene e Ártemis também foram associados com Hécate, e todos os três eram considerados como deusas lunares, embora apenas Selene fosse considerada como a personificação da própria lua. Sua equivalente romana é Luna.

Etimologia

A etimologia da Selene é incerta, mas se o nome é de origem grego, é provável que se conecte a palavra selas (σέλας), significando "luz".
Assim como Hélio, a partir de sua identificação com Apolo, é chamado Febo ("brilhante"), Selene, a partir de sua identificação com Ártemis, também é comumente referida pelo epíteto Phoebe (forma feminina).
 A Phoebe original da mitologia grega é a tia de Selene, a mãe titânide de Leto e Astéria, e avó de ApoloÁrtemis e Hécate. Também a partir de Ártemis, Selene às vezes era chamada de "Cíntia".
Selene também foi chamado Mene. A palavra de homem (feminino mene), significa a lua, e o mês lunar. Era também o nome do deus frígio da lua Men.

Mitos

Depois que seu irmão Hélio termina sua jornada pelo céu, Selene, recém-banhada nas águas do Oceano que circunda a terra, começa sua própria jornada enquanto a noite cai sobre a terra, iluminada pela radiância da sua cabeça imortal e de sua áurea coroa. Jovem e bela.
Na Arcádia, uniu-se a , que a seduziu disfarçando-se com uma pele de ovelha e depois a presenteou com um rebanho de bois inteiramente brancos que ela usou para puxar seu carro noturno.
Com Antifemo ou Eumolpo, Selene teve o filho Museu, um adivinho renomado e grande músico, capaz de curar doentes com sua arte, que foi amigo inseparável, discípulo ou mesmo mestre de Orfeu.
Seu amante mais célebre, todavia, foi o jovem e formoso Endimião - um caçador ou pastor, segundo a maioria das variantes, ou um rei, segundo Pausânias. Segundo Apolônio, a pedido de Selene, Zeus prometeu a Endimião atender-lhe de imediato a um desejo, por mais difícil que fosse e ele pediu um sono eterno, para que pudesse permanecer jovem para sempre. Maravilhosamente belo, permanecia adormecido na encosta de uma montanha no Peloponeso, ou no monte Latmos, na Cária, perto de Mileto. Noite após noite, Selene descia atrás do monte para visitá-lo e cobri-lo de beijos.

Variante do mito de Endimião

Uma variante contada por Cícero relata que o sono mágico foi obra da própria deusa. Adormeceu-o, cantando, a fim de que pudesse encontrá-lo e acariciá-lo sempre que desejasse. Dessa paixão nasceram cinquenta filhas, as menas (uma das quais foi Naxos, a ninfa da ilha do mesmo nome) que representam os cinquenta meses lunares que existem em uma Olimpíada, período de quatro anos que regia o calendário grego.

Existiu um santuário de Endimião em Heracleia, na encosta sul do Latmos, uma câmara em forma de ferradura com um vestíbulo de entrada e um átrio sustentado por pilares.
Este mito contrasta com o de Eos, irmã de Selene que pediu a Zeus imortalidade para seu amante Titono, mas esqueceu-se de pedir também a juventude eterna. Sem poder morrer, o pobre Titono envelheceu e encolheu até se reduzir a um inseto dessecado.

Roma

Em Roma, Luna tinha um templo no monte Aventino, que foi construído no seculo VI a.C. e destruído pelo grande incêndio de Roma no reinado de Nero. Havia também um templo dedicado a Luna Noctiluca ("Luna que brilha à noite") no monte Palatino. Havia festivais em honra de Luna em 18 de março, 19 de agosto e 29 de agosto.

Os lunáticos

Selene é um substituto de mênê, "lua", nome antigo do mês, provavelmente por um tabu linguístico, uma vez que a lua estava ligada a um mundo perigoso e maléfico, como atesta o verbo selêniazein, "ser ferido pela lua, tornar-se lunático, isto é, epiléptico, convertendo-se desse modo em adivinho ou feiticeiro".

A crença nos poderes maléficos de Selene é atestada em duas passagens importantes do Evangelho de MateusMateus 4:24 e Mateus 17:15. Na primeira, diz o texto: "e espalhou-se a sua fama (de Jesus) por toda a Síria e trouxeram-lhe todos os que tinham algum mal, possuídos de vários achaques e dores, os possessos, os lunáticos [selêniazoumenous], os paralíticos e curava-os". No segundo, "tendo ido para jundo do povo, aproximou-se dele um homem que se lançou de joelhos diante dele, dizendo: 'Senhor, tem piedade de meu filho, porque é lunático [hoti selêniazetai] e sofre muito".






Curiosidade: A autora e Mangaká japonesa, Naoko Takeuchi, teve como inspiração na criação de Sailor Moon, a antiga lenda grega sobre o romance entre a deusa Selene e o pastor Endimião, assim também criando o romance entre Usagi Tsukino e Mamoru Chiba.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Selene

domingo, 12 de junho de 2016

A lenda de Kaguya Hime “A Princesa da Lua” (Fases da Lua nº 01)


Conto do Cortador de Bambu (竹取物語 Taketori Monogatari), também conhecido como Princesa Kaguya (かぐや姫,Kaguya Hime, 赫映姫 ou 輝夜姫), é uma narrativa popular japonesa do século Xé considerada a mais antiga narrativa japonesa existente e um dos primeiros exemplos de ficção protociência. Ele detalha principalmente a vida de uma garota misteriosa chamada Kaguya-hime, que foi encontrada quando bebê dentro do caule de um bambu brilhante. Ela se diz ser de Tsuki-no-Miyako (月の都 "A Capital da Lua")."

Narrativa

Um dia, enquanto caminhava pela floresta de bambu, um velho, sem filhos chamado Taketori no Okina (竹取翁? "O Velho que colhe Bambu") se deparou com um misterioso e brilhante talo de bambu. Depois de cortá-lo, ele encontrou dentro dele uma criança do tamanho de seu polegar. Ele alegrou-se por ter encontrado uma menina tão bonita e a levou para casa. Ele e sua esposa criaram-na como sua própria filha e a chamaram de Kaguya-hime (かぐや姫 precisamente, Nayotake-no-Kaguya-hime "princesa de bambus flexíveis espalhando luz"). Depois disso, Taketori no Okina descobriu que sempre que ele cortava um talo de bambu, dentro encontrava uma pequena pepita de ouro. Logo ele ficou rico. Kaguya-hime cresceu e se tornou uma mulher de tamanho normal e de beleza extraordinária. No começo, Taketori no Okina tentou mantê-la longe de pessoas de fora, mas com o tempo a notícia de sua beleza se espalhou. Eventualmente, cinco príncipes apareceram na casa de Taketori no Okina para pedir a mão de Kaguya-hime em casamento. Os príncipes persuadiram Taketori no Okina para que Kaguya-hime escolhesse um deles. Kaguya-hime inventou tarefas impossíveis para os príncipes, concordando em se casar com a pessoa que conseguir trazer um item específico. Naquela noite, Taketori no Okina disse aos cinco príncipes o que cada um devia trazer. Ao primeiro foi dito para trazer a bacia de pedra de Buda na Índia, ao segundo um ramo de jóias da ilha de Horai,[4] ao terceiro o manto lendário do rato de fogo da China, ao quarto uma joia colorida do pescoço de um dragão, e ao príncipe final o búzio , que nasceu de uma andorinhaPercebendo que era uma tarefa impossível, o primeiro príncipe voltou com uma tigela , mas depois de perceber que a tigela não brilhava com a luz sagrada, Kaguya-hime percebeu a farsa. Da mesma forma, outros dois príncipes tentaram enganá-la com falsificações, mas também foram descobertos. O quarto desistiu depois de cruzar o caminho de uma tempestade, enquanto o último príncipe perdeu a vida (gravemente ferido em algumas versões) em sua tentativa.
Depois disso, o Imperador do Japão, Mikado, veio ver a estranhamente bela Kaguya-hime e, ao apaixonar-se, pediu-lhe para casar com ele. Embora ele não tenha sido submetido aos testes impossíveis que haviam frustrado os príncipes, Kaguya-hime também rejeitou o seu pedido de casamento, dizendo-lhe que ela não era de seu país e, portanto, não poderia morar no palácio com ele. Ela ficou em contato com o Imperador, mas continuou a repelir seus pedidos e propostas de casamento.

Naquele verão, sempre que via a lua cheia, Kaguya-hime ficava com os olhos cheios de lágrimas. Apesar de seus pais adotivos terem ficado muito preocupados e questionando ela, ela não foi capaz de dizer-lhes o que estava havendo de errado. Seu comportamento tornou-se cada vez mais errático até que ela revelou que ela não era deste mundo e que deveria retornar ao seu povo na lua. Em algumas versões deste conto, diz-se que ela foi enviada para a Terra devido a uma punição temporária por algum crime, enquanto em outras, ela foi enviada à Terra para sua própria segurança durante uma guerra celestial. O ouro que Taketori no Okina tinha encontrado era de fato um salário do povo da Lua, enviado para pagar pela estadia de Kaguya-hime. na terra.
 medida que o dia de seu retorno se aproximava, o Imperador pôs muitos guardas ao redor de sua casa para protegê-la do povo da lua, mas quando uma embaixada de "seres celestiais" chegou à porta da casa de Taketori no Okina, os guardas foram cegados por uma estranha luz. Kaguya-hime disse que, embora ela amasse seus muitos amigos na Terra, ela devia retornar com o povo da Lua para a sua verdadeira casa. Ela escreveu as cartas de despedida para seus pais e para o Imperador, em seguida, deu aos seus pais a sua própria túnica como uma lembrança. Ela então pegou uma pequena amostra do elixir da vida, junto à carta ao imperador, e deu-o a um oficial de guarda. Quando ela entregou a ele, o manto de penas foi colocado sobre os ombros, e toda a sua tristeza e compaixão pelas pessoas da Terra foram esquecidos. A comitiva celeste levou Kaguya-hime de volta à Tsuki-no-Miyako (literalmente "A Capital da Lua"), deixando seus pais adotivos da terra em lágrimas.
Seus pais adotivos ficaram muito tristes e logo ficaram doentes e de cama. O oficial voltou ao Imperador com os itens que Kaguya-hime lhe tinha dado no seu último ato mortal, e relatou o que havia acontecido. O Imperador leu sua carta e foi tomado pela tristeza. Ele perguntou a seus servos: "Qual lugar da montanha é mais próximo ao céu?", Ao que responderam que era a grande montanha de província de Suruga. O imperador ordenou a seus homens para levar a carta até o cume da montanha e queimá-la, na esperança de que a sua mensagem chegaria a princesa distante. Os homens também foram ordenados a queimar o elixir da imortalidade, pois o imperador não queria viver para sempre sem ser capaz de vê-la. A lenda diz que a palavra imortalidade ( 不死 fushi ou fuji') tornou-se o nome da montanha, Monte Fuji. Diz-se também que o kanji para a montanha, 富士山 (literalmente "Montanha Abundante em guerreiros"), é devido ao fato de o exército do Imperador ter subido as encostas da montanha para realizar o seu objetivo. Diz-se que a fumaça da queima ainda sobe até hoje. (No passado, o Monte Fuji tinha muito mais atividade vulcânica).

Link Retirado: https://pt.wikipedia.org/wiki/Conto_do_Cortador_de_Bambu