domingo, 25 de dezembro de 2011

Uma Página em Branco

Eu sou uma página em branco
Prescrevo em minhas diretrizes a essência do bem e do mal
Vejo em textos redigidos as virtudes do espírito humano
Mas com pesar vejo também as lamúrias do caos
De fato eu sou uma página em branco.
Não tenho uma determinação traçada diante dos eventos naturais
Não posso formalizar um plano de como agir diante da tristeza
E não posso dizer como se portar sobre a manifestações do amor
Realmente eu sou apenas uma página em branco
Vivo enaltecido diante de minha grandeza
Um espírito encarnado e preso diante das sensações
Me sinto preso e livre, sem saber como agir e pensar
Me confundo sobre o real valor que devo ter a respeito do mundo
Vejo a inocência perecendo sobre as asas da maldade
E ao longo dos anos prescrevo em minhas linhas
A perversidade dominar os corações iluminados
Vi a ilusão sobrepujar uma paixão enaltecida
E com ele se foi também a alegria de sonhar
E ainda continuo sendo uma página em branco.
Em minhas folhas escrevo nas entrelinhas
Os sonhos e pesadelos de um encanto sem pudor
Vi noites nubladas em tons avermelhados
Diante de meus olhos tristes e encharcados pelas lágrimas
Que derramo com a convicção do tolos desiludidos.
Mas tenho a esperança de arrancar em meu coração
Aquela ilusão enfadonha que mortifica minha alma
Plantando em meu coração a esperança
Que perdi por acreditar em algo bom
Mas caminho por entre as alamedas da verdade
E vejo com a ansiedade dos homens sonhadores
Que não a nada mais grandioso e sublime
Em ter a esperança de um dia cruzar a linha de chegada.
E assim apago todos os eventos de minhas piegas orações
E volto a me tornar uma página em branco.