segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Um definição antropológica sobre Deus: Um memorial frente as limitações humanas

Agostinho se baseia numa concepção neo platonista para explicar a definição do que seja o Homem e Deus e qual a sua posição diante do mundo. Agostinho terá como critério uma questão antropológica no que se refere ao Homem e uma teológica no que se refere a Deus e irá se defrontar com duas perspectivas, os Pluralistas e os Eleatas.
Ao tentar explicar Deus, Agostinho irá manter a posição Eleata de Que Deus é Uno, que só há uma posição divina indo de contra a idéia dos Pluralistas de que Deus está na multiplicidade das coisas naturais, onde tudo na natureza indica um Kalós (belo) e Deus está contido na diversidade que remete ao paganismo onde a essência das coisas naturais remete em uma divindade específica.
Agostinho refutará a posição dos Eleatas quanto à dificuldade em encontra Deus e o não reconhecimento do Belo nas coisas naturais. Os Eleatas defendem num ser Uno e não existe uma posição quanto ao lugar onde encontrar Deus, pois se remete num outro plano, num outro lugar, pois os Eleatas alegam que vivemos num lugar onde se anula a probabilidade de se encontrar com o divino, ou seja, os Eleatas acreditam no Uno, mas não há lugar que possa encontrá-lo, só será possível num outro mundo.
Diante dessas questões, Agostinho dará uma resposta possível para os Eleatas e Pluralistas do que seja Deus e onde encontrá-lo. Agostinho irá por a figura do Homem numa posição de destaque, será no próprio Homem e na sua compreensão em si mesmo, é que irá abarcar na questão da busca e o lugar de encontrar Deus.
Agostinho não irá refutar a idéia dos Pluralistas de contemplar o Belo nas coisas naturais, mas remete a reflexão das coisas belas e naturais em direção a Deus através da memória, uma rememoração que estará depositada na imagem do belo e caminhar numa abstração deste belo em si mesmo, pra que dessa forma não fique restrito apenas na contemplação, mas em uma investigação para aquele que as criou.
Para Agostinho, a questão do lugar onde esteja Deus estará no próprio homem, pois Deus não está fora do homem que, conhecendo a si mesmo será possível conhecer Deus onde, a partir do registro da memória é que Deus estará contido no homem, se baseando numa compreensão introspectiva, desfazendo, portanto da idéia possível de encontrar Deus na esfera de limitação de um lugar vigente contida na matéria.
O Homem será uma representação possível do que seja Deus contido no horizonte da memória, para Agostinho, pois a memória será um continente ilimitado das crenças e experiências que a cada momento será impresso no próprio homem, portanto o Homem para Agostinho será o continente onde Deus irá se abrigar através da memória, pois quando as coisas são impressa em mim diante das experiências de uma vivência temporal, elas continua vigentes, ou seja, ainda permanecem vivas essas impressões, mesmo não estando mais presentes e fazendo referência de uma possível procura em que Deus esteja inserido e que se mantém ativo em algum lugar e em algum tempo mantido pela compreensão de nossas experiências passadas atreladas em uma certa interioridade sem que para isso recorra para uma perspectiva temporal, pois é na memória que será possível uma busca ao ser que estará abarcado num contexto além do espaço e da temporalidade.